Avaliação diagnóstica: saiba quando aplicar e como ela ajuda no ensino

aluno fazendo atividade em sala de aula, avaliação diagnóstica

Começar o ano letivo com uma nova turma pode ser um desafio para o professor: afinal, ele ainda não conhece os alunos, suas dificuldades ou temas de interesse. 

Aos poucos, o professor vai descobrindo quem são os estudantes mais aplicados e quem está atrás até em alguns conteúdos vistos no ano anterior.

Existe uma ferramenta útil para trazer ao docente uma espécie de raio-x daquela turma: a avaliação diagnóstica.

Ao contrário dos demais modelos avaliativos, que visam julgar os conhecimentos do aluno, a avaliação diagnóstica visa mapear o que os alunos sabem ou não, a fim de facilitar o processo de ensino e aprendizagem.

Neste artigo, vamos explicar como e quando aplicar essa avaliação e o que o pedagogo pode fazer com seus resultados. 

O que é avaliação diagnóstica?

A avaliação diagnóstica é um modelo pedagógico de avaliação que visa trazer ao professor um diagnóstico sobre aquele aluno ou turma. 

A ideia é avaliar os conhecimentos prévios do estudante, antes que sejam passados novos conteúdos. Assim, é possível adaptar o ensino de acordo com o que cada um já sabe.

Essa ferramenta tem como objetivo delimitar o ponto de partida do qual professor e aluno partirão para o processo de aprendizagem e ensino.

Por focar no diagnóstico, esse tipo de avaliação privilegia os processos de ensino e aprendizagem e não a indicação de notas ou classificações.

Quando aplicar?

A avaliação diagnóstica deve ser aplicada no início de ciclos letivos. Assim, o professor consegue identificar os conhecimentos prévios da turma e consegue delimitar a partir de onde deve começar o conteúdo.

Ao ser realizada no começo do ciclo letivo, essa avaliação possibilita ao professor perceber os principais pontos de dificuldade, quais aspectos ele precisa trabalhar mais e os pontos fortes da turma. 

A realização dessa metodologia é especialmente indicada no início do processo de alfabetização, já que cada criança chega à escola com níveis de conhecimento muito diferentes.

Avaliação diagnóstica, formativa ou somativa?

Muitos se confundem com os tipos de avaliação existentes e qual se deve escolher. A avaliação diagnóstica pode ser feita independentemente de o docente escolher utilizar o método formativo ou somativo.

Isso porque, como explicamos, a avaliação diagnóstica ocorre logo no início do período letivo e não costuma ser realizada durante. Seu objetivo não é mensurar o aprendizado do conteúdo que está sendo passado, e sim o anterior.

A avaliação somativa é o método utilizado na maioria das escolas, que inclui a realização de provas, com atribuição de notas. O objetivo é ver se o aluno aprendeu os conteúdos passados para só então evoluir.

Já a avaliação formativa entende o processo de aprendizado individualmente. A ideia é ver os conteúdos que cada aluno tem mais dificuldade para que eles sejam passados novamente, sem atribuição de notas.

Cada professor e escola pode escolher o método que considera mais adequado para avaliar o ensino. Independente da escolha, a avaliação diagnóstica ajuda a encontrar o ponto de partida do processo. 

Por que a avaliação diagnóstica é importante?

Cada aluno possui uma realidade distinta e isso impacta diretamente no como ele irá absorver o conteúdo passado em sala de aula.

A avaliação diagnóstica é uma forma de, em certo grau, colocar todos em pé de igualdade, para que o ensino possa ser aproveitado por todos.

Esse método possibilita encontrar alunos com conhecimentos mais avançados, por exemplo, para que eles possam ser encaminhados para turmas específicas e não fiquem entediados ou desmotivados ao terem contato com algo que eles já sabem.

Por outro lado, é possível identificar também estudantes com mais dificuldade de aprendizado, que podem ser mais beneficiados com um processo avaliativo formativo.

No contexto pós-pandemia, a avaliação diagnóstica é recomendada pelo Conselho Nacional de Educação. 

Isso porque o nível de aprendizado de cada aluno foi muito diferente com as aulas remotas, e aferir isso antes do início das aulas é essencial para um aprendizado efetivo. 

Como aplicar?

A avaliação diagnóstica não deve ser feita com o peso de uma prova 一 em alguns casos, é possível realizá-la sem o aluno sequer saber que está sendo avaliado.

Esse processo deve ser realizado por professores de todas as disciplinas, para que se tenha um panorama mais completo do aprendizado do aluno.

Existem algumas formas para medir o conhecimento dos estudantes, por exemplo:

  • Jogos e desafios matemáticos
  • Debates
  • Entrevista com o aluno
  • Análise do histórico escolar
  • Redações
  • Leitura e interpretação de textos
  • Simulações
  • Questionários
  • Dinâmica de grupos

O que fazer após a avaliação?

De nada vale um diagnóstico sem que sejam tomadas ações em cima do que ele aponta. Após a avaliação, os professores devem analisar os resultados obtidos para traçar um plano de ação. Agora, vamos aprender algumas formas de fazer essa análise.

Recomposição de aprendizagem

Existe uma série de estratégias que podem ser tomadas para recompor lacunas nos aprendizados dos alunos. Esse termo vem se difundindo principalmente após a pandemia, quando muitos estudantes tiveram o ensino prejudicado pelo modelo remoto.

Com base nos resultados da avaliação diagnóstica, a escola pode realizar ações para remediar a situação, incluindo o agrupamento de estudantes, o aumento do tempo de estudos e a priorização curricular.

Outras estratégias podem incluir:

  • adaptações no currículo;
  • adaptação das práticas pedagógicas;
  • formação docente específica;
  • material didático apropriado;
  • monitoramento da evasão;
  • ensino híbrido;
  • mapeamento de competências socioemocionais.

Nivelamento

A avaliação diagnóstica pode mostrar um desnivelamento entre os níveis de conhecimento dos estudantes. 

Com essa informação em mãos, a instituição de ensino pode realizar grupos de reforço para temas mais complicados ou lançar mão de estratégias de ensino personalizadas.

Reforço escolar

No caso de dificuldades individuais, o melhor caminho é encaminhar o aluno para aulas de reforço com professores particulares. 

Para um melhor resultado, o professor deve buscar métodos de ensino diferentes dos já aplicados na escola.

Atualização do plano de ensino

Ao ver os resultados da avaliação diagnóstica, a escola e o corpo docente podem decidir até mesmo mudar o plano de ensino previsto para aquele período letivo.

A atualização do plano de ensino permite enquadrar as metas e a dificuldade de conteúdos prevista àquela turma e aos conhecimentos já existentes dos alunos.

Caso os alunos tenham uma maior dificuldade em português, por exemplo, pode valer a pena incluir laboratórios de redação no planejamento da escola.

Também pode se decidir destinar mais recursos ao departamento de matemática, caso essa seja uma matéria deficitária entre os estudantes. O importante é utilizar as informações da avaliação diagnóstica para um melhor ensino.

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Foto do post: Reprodução/Freepik

Autor

  • Heloísa Vasconcelos

    Jornalista, escritora e pós-graduanda em Jornalismo de Dados, Automação e Data Storytelling. Escreve principalmente sobre Economia e é apaixonada por ouvir e contar histórias. Tem passagens por veículos como Estadão, O Povo e Diário do Nordeste.

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