Doença ocupacional: o que é, principais tipos e como prevenir

mulher usando bola para alongamento no ambiente de trabalho, doença ocupacional

Manter a saúde no trabalho é algo primordial para a qualidade de vida dos profissionais, e para as empresas, também deve ser prioridade. Quando essa premissa não é alcançada, um dos grandes motivos pode ser a doença ocupacional, ou seja, aquela que foi adquirida devido à exposição a fatores de risco no ambiente de trabalho. 

Esses problemas de saúde podem comprometer a produtividade, gerar afastamentos prolongados e até incapacitar permanentemente o trabalhador.

Neste artigo, vamos explorar o conceito de doença ocupacional, seus principais tipos, os direitos do trabalhador e as medidas preventivas para minimizar os riscos e promover um ambiente profissional mais seguro e saudável.

O que é uma doença ocupacional?

A doença ocupacional, também chamada de doença do trabalho, é qualquer condição de saúde que surge em decorrência das atividades exercidas pelo trabalhador ou do ambiente profissional. 

Essas enfermidades podem ser causadas por agentes físicos, químicos, biológicos, mecânicos ou psicológicos presentes no local de trabalho.

Segundo a legislação brasileira, a doença ocupacional pode ser classificada em dois grupos principais:

  • Doenças profissionais: diretamente relacionadas ao exercício da atividade profissional. Exemplo: silicose em trabalhadores da construção civil.
  • Doenças do trabalho: causadas ou agravadas pelas condições do ambiente de trabalho. Exemplo: transtornos psicológicos decorrentes de carga excessiva de trabalho.

Principais tipos

Os problemas de saúde relacionados ao trabalho podem afetar diferentes partes do corpo e sistemas fisiológicos. Entre os mais comuns, destacam-se:

1. Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT)

LER e DORT englobam inflamações e desgastes nos músculos, tendões e articulações causados por movimentos repetitivos, posturas inadequadas e esforço excessivo. 

São comuns em profissionais que realizam tarefas manuais, como aqueles que precisam digitar por muito tempo, operários de linha de produção e caixas de supermercado.

Sintomas:

  • Dor persistente;
  • Formigamento e dormência;
  • Dificuldade de movimentação.

2. Doenças Respiratórias Ocupacionais

A inalação de substâncias tóxicas no ambiente de trabalho pode causar uma série de doenças respiratórias, principalmente em setores como indústrias químicas, metalúrgicas e da construção civil. 

Essas doenças surgem devido à exposição prolongada a partículas suspensas no ar, gases nocivos e vapores químicos, que podem inflamar as vias respiratórias e causar danos permanentes aos pulmões.

Exemplos:

  • Asma ocupacional;
  • Silicose (causada pela inalação de sílica);
  • Pneumoconioses (como a causada por carvão ou amianto).

3. Transtornos psicológicos e Síndrome de Burnout

O estresse excessivo, pressão por produtividade e ambientes tóxicos podem desencadear doenças psicológicas como ansiedade, depressão e Burnout, que foi reconhecida oficialmente pela OMS como uma doença relacionada ao trabalho.

Sintomas:

  • Exaustão extrema;
  • Falta de motivação;
  • Irritabilidade e problemas de concentração.

4. Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR)

A exposição prolongada a ruídos intensos pode provocar danos irreversíveis à audição. Profissões como metalúrgicos, operários da construção civil e trabalhadores de aeroportos estão mais suscetíveis a essa condição.

Sintomas:

  • Dificuldade de ouvir sons agudos;
  • Zumbido constante no ouvido;
  • Perda auditiva progressiva.

5. Dermatite ocupacional

O contato constante com substâncias químicas agressivas, como solventes, ácidos, produtos de limpeza industrial e metais pesados, pode desencadear diversas doenças dermatológicas ocupacionais

Essas substâncias podem penetrar na pele, causar irritação, sensibilização e, em casos mais graves, resultar em queimaduras químicas ou até doenças crônicas. Trabalhadores da indústria química, laboratórios, setor automotivo, construção civil e limpeza profissional estão entre os mais expostos a esses riscos.

Sintomas:

  • Vermelhidão e coceira intensa;
  • Ressecamento e descamação;
  • Inflamações e feridas.

Quais são os direitos do trabalhador nesses casos?

A legislação brasileira assegura diversos direitos ao trabalhador acometido por doenças ocupacionais. Algumas garantias incluem:

  • Auxílio-doença acidentário (B91): concedido pelo INSS quando a doença impede o profissional de trabalhar por mais de 15 dias;
  • Estabilidade de 12 meses: o funcionário que se afastar por doença ocupacional tem direito à estabilidade de um ano após o retorno ao trabalho;
  • Aposentadoria por invalidez: caso a doença incapacite permanentemente o trabalhador;
  • Indenização por danos morais e materiais: em casos de negligência do empregador na prevenção de riscos.

Para ter acesso a esses direitos, é essencial apresentar exames médicos, laudos periciais e um Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT), que comprove a relação entre a doença e o ambiente profissional.

Como prevenir doenças ocupacionais?

A prevenção de doenças ocupacionais exige o comprometimento tanto dos empregadores quanto dos empregados. Algumas medidas fundamentais incluem:

1. Ergonomia no ambiente de trabalho

A adaptação do ambiente para reduzir esforços físicos inadequados é essencial. A ergonomia inclui ajustes na altura de cadeiras e mesas, suporte para os pés e pausas para evitar fadiga muscular.

2. Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

Luva, protetor auricular, máscara e óculos de proteção são alguns dos equipamentos fundamentais para reduzir riscos à saúde dos trabalhadores expostos a agentes perigosos.

3. Treinamento e conscientização

Empresas devem promover capacitações periódicas sobre segurança e saúde ocupacional, ensinando boas práticas e maneiras de reduzir riscos no dia a dia de trabalho.

4. Controle de riscos químicos e biológicos

Ambientes industriais devem contar com sistemas de ventilação adequados, armazenamento correto de substâncias perigosas e exames médicos periódicos para monitoramento da saúde dos trabalhadores expostos.

5. Gestão do estresse e saúde mental

Empresas devem investir em programas de bem-estar, suporte psicológico e jornadas de trabalho equilibradas para evitar o esgotamento físico e emocional dos colaboradores.

Dica final

A doença ocupacional é um problema que deve ser encarado com seriedade, uma vez que impacta a vida dos trabalhadores e a produtividade das empresas.

A conscientização sobre os principais tipos de doenças do trabalho, os direitos garantidos pela legislação e as medidas de prevenção são essenciais para reduzir os riscos e melhorar a qualidade de vida no ambiente profissional.

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Foto do post: Reprodução/Freepik

Autor

  • Ana Júlia Ramos

    Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade FUMEC, de Minas Gerais. Há 8 anos, cobre editorias como Educação, Economia/Finanças, Cotidiano e Marketing, e há 5 anos, atua em empresas de tecnologia no Brasil e na Europa.

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