Tomar decisões bem informadas é essencial para o sucesso e a sustentabilidade de qualquer negócio. Ainda mais em cenários corporativos cada vez mais competitivos!
Nesse contexto, o processo de due diligence desempenha um papel fundamental na mitigação de riscos e identificação de oportunidades em momentos decisivos para empresas, como fusões e aquisições.
Continue a leitura e saiba mais sobre o que é a diligência prévia, seus objetivos, tipos, e quais as etapas necessárias para esse processo tão importante!
O que é?
O termo due diligence pode ser traduzido para “diligência prévia”, em português.
E ele pode ser definido como o processo de coleta, investigação e análise de informações sobre uma empresa ou pessoa antes da formalização de um negócio, como contratações, parcerias, aquisições e fusões.
Qual o seu objetivo?
O principal objetivo desse processo é identificar e avaliar potenciais riscos associados a transações comerciais ou decisões administrativas.
Isso inclui processos como:
- Avaliação financeira;
- Verificação jurídica;
- Análise contábil e fiscal, entre outras observações.
Qual a diferença entre diligência prévia e auditoria?
Pela definição, pode até parecer que a diligência não passa de uma auditoria financeira. Afinal, ambos os processos podem envolver a análise de informações de uma empresa.
Mas, na verdade, tratam-se de ações distintas!
Confira a tabela comparativa para saber mais sobre as particularidades de cada um dos processos:
Aspecto | Due Diligence | Auditoria |
Definição | Investigação ampla sobre riscos e oportunidades associados a uma transação | Exame sistemático das demonstrações financeiras para verificar precisão e conformidade |
Objetivo | Avaliar riscos, oportunidades e a viabilidade de uma transação comercial | Assegurar que as práticas contábeis sejam corretas e que os relatórios financeiros reflitam a real situação da empresa |
Abrangência | Abrange aspectos financeiros, legais, trabalhistas, ambientais e de conformidade | Foca principalmente nas finanças e na contabilidade |
Realização | Conduzida por equipes multidisciplinares | Normalmente realizada por auditores independentes |
Frequência | Geralmente realizada antes de uma transação ou decisão específica | Pode ser realizada anualmente ou em intervalos regulares, conforme exigências legais ou normativas |
Resultado | Relatório com recomendações sobre a viabilidade da transação e identificação de riscos | Relatório de auditoria que atesta a veracidade das demonstrações financeiras |
De forma geral, podemos ver que enquanto a diligência prévia busca entender o contexto completo de uma transação potencial, a auditoria foca na verificação da exatidão de informações financeiras.
Como funciona o processo de due diligence?
Como vimos, o processo de due diligence compreende uma investigação meticulosa sobre todos os aspectos relevantes de uma empresa ou pessoa antes de uma transação comercial ou decisão administrativa.
Esse processo é feito especialmente em momentos de fusão, aquisição, investimento ou parceria entre empresas, podendo ser feito também no caso de contratações de funcionários de alto escalão.
A diligência prévia busca garantir que todas as informações relevantes estejam disponíveis e esclarecidas entre as partes envolvidas, para que elas tomem decisões informadas.
O funcionamento da due diligence pode variar de acordo com o tipo de transação, mas normalmente inclui etapas como:
- Planejamento;
- Coleta de informações;
- Análise e verificação de dados;
- Identificação de riscos e oportunidades;
- Apresentação do relatório final;
- Conclusão da negociação ou decisão administrativa.
Vale lembrar que esse processo pode durar algumas semanas ou meses, dependendo da complexidade da empresa e do escopo da investigação. Ele deve ser conduzido com minúcia e não indicamos que seja apressado.
Quem faz a diligência prévia?
O processo de due diligence normalmente é conduzido por uma equipe multidisciplinar de especialistas, que pode incluir advogados, contadores, economistas, especialistas em compliance e até consultores externos.
Falando nisso, a diligência prévia pode ser feita internamente, ou por empresas especializadas.
Quais são os tipos de due diligence?
A due diligence pode variar conforme o objetivo da investigação e o tipo de transação ou parceria em análise.
Abaixo conhecemos alguns dos principais tipos:
Jurídica
A diligência prévia jurídica foca nos aspectos legais da empresa-alvo da investigação ou de ambas as partes envolvidas.
Esse tipo de análise é essencial para evitar problemas legais futuros e garantir que a empresa cumpra com todas as exigências.
Normalmente, esse tipo de due diligence inclui a investigação de fatores como:
- Contratos com fornecedores, clientes e parceiros;
- Licenças e autorizações necessárias para operar;
- Litígios em andamento ou potenciais disputas;
- Conformidade regulatória.
Trabalhista
Esse processo ajuda a identificar passivos trabalhistas que podem impactar a saúde financeira do negócio.
Por isso, durante essa investigação, questões como contratos de trabalho, cumprimento de leis trabalhistas, e litígios laborais existentes são examinados.
Contábil e fiscal
Também conhecida como diligência prévia financeira, esse processo concentra na revisão de demonstrações financeiras e obrigações fiscais das empresas envolvidas, incluindo:
- Balanços, receitas e despesas;
- Dívidas e passivos;
- Pagamentos de impostos;
- Possíveis irregularidades.
Esse tipo de due diligence é fundamental para avaliar a saúde financeira das partes e evitar surpresas com dívidas ocultas.
Ambiental
Esse tipo de processo é feito principalmente, mas não exclusivamente, em empresas que dependem de recursos naturais ou têm impacto ecológico significativo.
Nesse tipo de diligência prévia, são observados fatores como licenças ambientais, cumprimento das normas de sustentabilidade, e passivos ambientais.
Essa é uma etapa essencial para mitigar riscos regulatórios e proteger a reputação da empresa, bem como o meio-ambiente.
Como fazer a diligência prévia?
Realizar uma due diligence bem-sucedida exige planejamento e atenção aos detalhes.
Como vimos, o processo pode variar de acordo com o objetivo da diligência e seus envolvidos. Mas, no geral, temos alguns passos essenciais nesse tipo de processo:
1. Realize a análise de negócio
O primeiro passo é compreender o cenário atual em que a empresa está inserida.
Assim, é fundamental entender o modelo de negócio da empresa-alvo, suas fontes de receita, principais clientes e fornecedores, bem como identificar fatores que podem impactar sua performance, como regulamentações específicas ou mudanças no setor.
Além disso, a análise deve incluir uma avaliação preliminar dos objetivos da transação. Por exemplo, no caso de uma aquisição, a equipe deve verificar como a empresa-alvo se encaixa na estratégia do comprador.
Esse entendimento inicial orienta o foco das próximas etapas e ajuda a definir as prioridades da investigação.
2. Reúna a documentação necessária
Nesta etapa, é normal solicitar à empresa-alvo ou ambas as partes envolvidas uma lista de documentos que permitam avaliar seus aspectos financeiros, legais, operacionais e estratégicos.
Isso inclui documentos como:
- Demonstrações financeiras;
- Contratos de trabalho;
- Licenças regulatórias;
- Certidões negativas de débitos;
- Registros de propriedade intelectual, entre outros.
Durante a coleta, a equipe responsável pela due diligence deve estar preparada para solicitar esclarecimentos ou documentos adicionais, caso sejam identificadas inconsistências ou informações incompletas.
3. Crie o relatório com o plano de ação
Com as informações coletadas, inicia-se a análise detalhada dos dados, com foco na identificação de riscos e oportunidades.
O resultado dessa análise é consolidado em um relatório abrangente, que inclui as descobertas mais relevantes, as implicações para a transação e recomendações práticas.
4. Apresente e acompanhe os resultados
Após a finalização do relatório, os resultados devem ser apresentados às partes interessadas, como investidores, diretores ou equipes jurídicas e financeiras, tudo de forma imparcial e transparente.
Depois da apresentação aos stakeholders, o acompanhamento é igualmente importante.
Caso a transação seja concluída, é importante monitorar a implementação das ações recomendadas no relatório, garantindo que os riscos sejam mitigados e que as oportunidades sejam exploradas ao máximo.
Qual a importância para a empresa?
Como podemos perceber, a diligência prévia é um processo estratégico para empresas que desejam tomar decisões informadas em suas ações.
Além disso, a due diligence pode prevenir problemas legais futuros e assegurar que as relações comerciais estejam alinhadas com os valores da organização.
Esse processo serve então para garantir uma base sólida para decisões estratégicas, contribuindo para a mitigação de riscos associados a novas parcerias e investimentos.
E agora que você já sabe como a due diligence pode ser um diferencial estratégico para sua empresa, que tal aprender mais sobre compliance e como ele complementa esse processo?Confira nosso guia completo sobre o tema e descubra o que é compliance, seus tipos e como aplicar!
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Autor
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Mineira, jornalista e analista de conteúdo com 6+ anos de experiência em Educação, Tecnologia e Finanças. Apaixonada por criar histórias que conectam. Amante de literatura e idiomas, sempre buscando novas descobertas e conexões.